quinta-feira, 24 de junho de 2010

meio.

eu aqui deitada, me culpando por tudo que não acontece,
a janela bate sincronicamente. Eu estou de bruços, meio que esmagando meus peitos contra o colchão, normal, com a vista apenas o espelho de lado, e os cabelo na cara.


e eu escuto o vento lá fora, não como um assobio, como escuto por aqui, mas escuto-o nas árvores. Sei que está frio, pela quantidade de cobertas pesando sobre mim, estou molhada como sempre me acordo, e novamente não quero levantar. Não levanto. E fico a pensar...


penso se por algum acaso,  se eu escrevesse isso, o que estou a escrever...  


penso, se onde você está agora. E, se pensa nas coisas que costumava pensar, penso se escrever valeria alguma pena,
ou alguma tinta. 


Se escrever valeria as canetas. E se eu por algum acaso leria se não fosse escrito por mim. E a conclusão que eu chego, não, eu não leria, certamente, eu não leria, não costumo ler, estou muito ocupada, escrevendo o que não deixo de pensar, por um segundo.
  
eu só ouço o pesar
eu penso sobre o peso de estar
e sobre o que ser...

Um comentário:

Leleco disse...

Escrever dá algum sentido as canetas.
Eu leio e me interesso.
Somos poetas.
Somos eternos.