quinta-feira, 4 de agosto de 2011

circunstâncias

Ontem eu quase consegui fazer um poema...
Naquele momento importunuo do qual não podia pegar caneta e papel em mãos
Era algo que começava em circunstancias, como a vida me levou a isso
Como a vida me levou a ti... sei lá.
Talvez 15 meses depois, um pouco mais de um ano
E tudo o que eu queria ter agora eram aquelas fotos,
E estão molhadas, assim como o meu rosto...
Agora imagine o por que?
Mais um celular destruído e meu coração ainda é o mesmo.

domingo, 8 de maio de 2011

tabacaria

Não sou nada
Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.



Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é

(E se soubessem quem é, o que saberiam?),

Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,

Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,

Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,

Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,

Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.



Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.

Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,

E não tivesse mais irmandade com as coisas

Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua

A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada

De dentro da minha cabeça,

E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.



Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.

Estou hoje dividido entre a lealdade que devo

À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,

E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.



Falhei em tudo.


Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

A aprendizagem que me deram,

Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Fui até ao campo com grandes propósitos.

Mas lá encontrei só ervas e árvores,

E quando havia gente era igual à outra.

Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?



Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?

Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!

E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!


álvarodecampos

domingo, 11 de julho de 2010

sem palavras

E me faltam as palavras
no que me sobram os gemidos...e
É isso.
Não há sobre o que dizer
nem como te dizer.
Sobre á, eu digo
E sobre estar eu não fico...
só vou, levada pelo ar
E lá permaneço tentando
respirar.
Sem querer me vejo
ofegante em vão,
E não,
não enxergo o que eu
não quero ver.
o que os
espelhos  meio embaçados
mascaram.
Só te vejo e nem quero...
Se eu abrir os olhos agora verei que
também me vês
E do avesso
me encontro.

pro meu Ghus. *-*